20ª Expodireto registra R$ 2,4 bilhões em comercialização
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O XI Curso de Canola, marcado para o dia 21 de março, em o Fundo, RS, traz o tema “Acerte no manejo e colha resultados”, com a apresentação de diversas palestras voltadas ao uso de tecnologias capazes de melhorar os resultados da canola nas lavouras. O evento é promovido pela Embrapa Trigo e Abrascanola.
O cultivo da canola está concentrado no Rio Grande do Sul, onde a oleaginosa favorece cultivos subsequentes através do resíduo de fertilizantes que podem resultar em melhores rendimentos no milho (até +32%) e no trigo (+10 a 20%). Na soja, o aumento na média de rendimentos pode chegar a 500 kg/ha, em comparação a áreas de pousio ou cultivo não adubado.
A área de cultivo foi de 35,5 mil hectares em 2018, com produtividade média de 1.400 kg/ha, volume 69% superior ao ano anterior. De acordo com o pesquisador Gilberto Tomm, quando comparada à produtividade dos cereais de inverno, o rendimento da canola até pode parecer pequeno, mas, segundo ele, é preciso considerar que as oleaginosas gastam muito mais energia para a produção de grãos do que os cereais: “é muito mais fácil encher os grãos com amido do que com óleo e proteínas”. Ainda, Tomm argumenta que é preciso avaliar o retorno econômico na produção, não apenas o volume: “a canola dispensa o uso de fungicidas, ao contrário dos cereais que dependem do controle de doenças fúngicas para vencer o ambiente úmido do inverno. A canola também não enfrenta dificuldades de comercialização, enquanto o mercado impõe uma série de exigências quanto à qualidade comercial dos cereais”. Os custos de produção da canola atingem, em média, 900 kg/ha.
A semeadura da canola no Rio Grande do Sul inicia em 11 de abril, com expectativa de repetir a área de cultivo do ano anterior. A Embrapa recomenda cuidados iniciais ao produtor, como ajustes na semeadora, contratação de seguro agrícola e aquisição de fórmulas fertilizantes com alto teor de nitrogênio. Para o pesquisador Fabiano De Bona, a adubação pode representar mais de 50% do custo operacional na canola, mas o nitrogênio é o elemento de maior importância na cultura: “Para cada quilo de nitrogênio aplicado na lavoura, o retorno pode chegar a seis quilos de grãos de canola. A recomendação no RS e SC é empregar 60 kg de N/ha, colocando, no mínimo, 30 kg/ha na semeadura, e o restante em cobertura”.
Outro tema previsto no Curso de Canola é o manejo de insetos-praga e polinizadores, que contará como palestrante o pesquisador Alberto Marsaro Junior. Segundo ele, a canola pode ser danificada por diversos insetos-praga ao longo do seu ciclo de desenvolvimento, mas os agentes de controle biológico, principalmente os predadores, contribuem para manter o equilíbrio populacional dessas pragas, evitando que elas alcancem altas populações nas lavouras exigindo o uso de inseticidas. Outro grupo de insetos bastante frequente na cultura da canola, principalmente no período de florescimento, é o dos polinizadores, destacando-se as abelhas, pela abundância e diversidade. “Esses insetos contribuem de forma significativa para aumentar a eficiência da polinização das flores de canola, colaborando para o incremento de rendimento de grãos. Conhecer e preservar esses agentes polinizadores são fundamentais para garantir a continuidade de seus serviços prestados à cultura da canola”, explica Alberto.
O XI Curso de Canola inicia às 8h30min, no dia 21 de maço, no auditório principal da Embrapa Trigo, em o Fundo, RS. Não haverá custos para os participantes, mas as vagas são limitadas, com inscrições no local. Informações através do telefone 54-3316-5800 ou no site da Embrapa Trigo em https://www.embrapa.br/trigo/eventos.
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