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A aplicação exógena de melatonina, conhecida por sua função reguladora no metabolismo animal, tem ganhado espaço como estratégia no manejo de doenças em cultivos hortícolas. Um estudo da Universidade de Ningxia, na China, compilou evidências robustas de sua eficácia contra diversos patógenos que afetam frutas e hortaliças.
Pesquisas com tomate, maçã, manga, pepino, laranja e outras espécies mostram que a melatonina ativa mecanismos de defesa relacionados a enzimas antioxidantes, hormônios vegetais e expressão gênica. O composto melhora a tolerância a estresses bióticos, incluindo infecções por bactérias, fungos e vírus.
No controle bacteriano, a melatonina demonstrou reduzir os efeitos da murcha bacteriana da mandioca e do Huanglongbing nos citros. A substância aumentou os níveis de ácido salicílico e jasmonato, além de reduzir a população da bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus.
Em doenças fúngicas, os dados são ainda mais abrangentes. Em maçã, mitigou a mancha foliar causada por Diplocarpon mali. Em manga, melhorou a resistência à antracnose ao aumentar a síntese de lignina e flavonoides. Em pepino, auxiliou no controle do míldio com elevação da atividade antioxidante e redução de danos às membranas celulares.
Contra vírus, os resultados também são consistentes. Em maçã, a aplicação reduziu a carga viral do vírus do entalhe do caule. Em pepino, ativou genes ligados à imunidade antiviral. Em berinjela, melhorou a resposta ao vírus do mosaico da alfafa, elevando níveis de clorofila e enzimas antioxidantes.
Além da ação direta contra patógenos, a melatonina promoveu ganhos fisiológicos nas plantas: aumento de área foliar, crescimento de raízes, maior taxa fotossintética e equilíbrio hormonal. Esses efeitos foram observados em culturas como maçã, pêra, tomate, pepino e banana.
Os mecanismos moleculares identificados incluem regulação de genes relacionados à via do ácido salicílico, ácido jasmônico, etileno e auxina. A melatonina também ativa rotas de defesa como a fenilpropanoide e a via da pentose-fosfato.
Contudo, o uso da substância requer cautela. Em citros infectados por Penicillium digitatum, a aplicação de melatonina reduziu a resistência, agravando sintomas da doença. A substância diminuiu o peróxido de hidrogênio (H₂O₂) e comprometeu a ação de enzimas antioxidantes.
Outra limitação relevante é a escassez de estudos de campo. A maioria dos experimentos foi realizada em condições controladas. Não há dados suficientes sobre interações com insetos, nematoides ou plantas daninhas. Também faltam informações sobre o comportamento da melatonina em diferentes tipos de solo e clima.
Mais informações em doi.org/10.1093/hr/uhaf150
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