Safra de pinhão cresce e anima agricultores extrativistas

Produção estimada em 860 toneladas no Rio Grande do Sul reduz preços ao consumidor e fortalece renda de famílias rurais

11.06.2025 | 16:04 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Adriane Bertoglio Rodrigues

Com a safra de pinhão em andamento desde 1º de abril, o Rio Grande do Sul atinge o pico da colheita. A Emater/RS estima produção de cerca de 860 toneladas até julho. A oferta aumentada derrubou os preços, hoje entre R$ 12 e R$ 14 por quilo. Em abril, o quilo custava R$ 17.

Regiões das Hortênsias e Campos de Cima da Serra lideram a produção com mais de 600 toneladas previstas. No Planalto, área de o Fundo, a estimativa é de 110 toneladas. Já as regiões Centro Serra e Serra do Botucaraí devem colher 150 toneladas.

A safra atual traz alívio aos agricultores extrativistas. Em 2023, a produção foi considerada muito fraca. Segundo o extensionista Antônio Carlos Borba, embora ainda aquém de uma safra cheia, o volume colhido garante renda e subsistência para muitas famílias.

O pinhão integra a cultura do Sul do Brasil. A produção, majoritariamente artesanal, enfrenta limitações por falta de beneficiamento e industrialização. A colheita é manual, realizada no solo ou por derrubada das pinhas com ferramentas.

A coleta só é permitida a partir de 1º de abril, conforme a Lei Estadual nº 15.015/2022. A norma protege a Araucária Angustifolia, espécie ameaçada de extinção. O corte ou poda das árvores produtoras está proibido entre abril e junho. O descumprimento gera multa.

A araucária leva de 12 a 15 anos para gerar pinhão. A fragmentação florestal causada por ações humanas reduz a regeneração natural e compromete a base genética da espécie. Borba alerta: se nada for feito, a árvore pode desaparecer em 50 a 70 anos.

A Emater orienta produtores a preservar a espécie. A regeneração ocorre nas bordas das florestas. Muitos agricultores cortam mudas por desconhecimento. A instituição recomenda manter as plantas jovens e evitar qualquer corte.

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